Boletim Finanças & Mercado - Setembro de 2022

13 Oct

13Oct

Por Daniel Christian Henrique

B3: volume cai mas Pessoa Física aumenta

Em comparação a setembro do ano passado, o volume de negociações na B3 (B3SA3) reduziu em 15,1%. O número de pessoas físicas na bolsa, por outro lado, aumentou no mesmo período em 36,5% (FINANCE NEWS, 2022; SPACEMONEY, 2022). O Ibov reduz o forte ganho de agosto, mas permanece no positivo com alta de 0,47%. O principal vilão foi a nova elevação dos juros norte-americanos, gerando muita repercussão nos mercados mundiais (EXAME INVEST, 2022).

PIB avança

Em setembro foi divulgado o crescimento do PIB do segundo trimestre do ano, aumentando 1,2% em relação ao primeiro. Tomando como comparação o segundo trimestre de 2021: (1) houve elevação de 3,2%; (2) no quesito taxa de investimentos, obteve 18,7%, praticamente igual à de 2021 (IPEA, 2022; AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS, 2022).

Deflação pelo terceiro mês seguido

Setembro veio a somar pela terceira vez seguida no ano a queda no índice IPCA - Índice de Preço ao Consumidor Amplo, agora com -0,29%. Consequentemente, o acumulado do ano também reduz, regredindo para 7,17%. Responsáveis? Novamente a queda nos preços dos combustíveis (redução de 8,5%) e energia elétrica, principalmente. Nada relacionado à reduções mais drásticas nos demais setores que compõem o índice. Todavia, merece destaque a leve queda do setor de alimentos novamente neste mês (-0,51%), puxado principalmente pela queda de 13,71% no preço do leite (EXAME, 2022a, 2022b).

Mas... setor de alimentos e bebidas no dobro da inflação

A queda do IPCA, todavia, não ameniza muito a situação do setor de alimentos e bebidas, que acumula em 12 meses (até setembro) uma alta de 12%, arredondando (PODER360, 2022) - quase batendo no dobro da inflação em 12 meses, que atingiu 7,17% no mesmo período (IBGE, 20,22).

Observando isoladamente o preço do pão, o alimento mais básico da população, o acumulado de um ano fecha em situação ainda pior: com mais do que o dobro da inflação em 12 meses, registrando cerca de 17% de alta. O setor de panificação no geral também se mostrou muito prejudicado, com 18% de alta na média (GAZETAWEB, 2022).

Custos da cesta básica cai pelo segundo mês consecutivo

A ligeira queda do setor de alimentos no composto do IPCA teve reflexos nos custos da cesta básica. Em comparação a julho, a redução contabilizou 9,9% em dois meses, finalizando setembro em R$ 326,96. Porém, desta vez a redução foi em 12 das 17 capitais (em agosto foram 16 capitais). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE. Porém, no acumulado do ano de 2022, ainda há aumento nos valores das cestas básicas em todas capitais. As cestas mais caras para o mês de setembro foram São Paulo (R$ 750,74), Florianópolis (R$ 746,55) e Porto Alegre (R$ 743,94) (AGÊNCIA BRASIL, 2022).

Inflação na Zona do Euro bate recorde

Se no Brasil a inflação está caindo, o mesmo não se pode dizer na Europa... A inflação acumulada na zona do euro em um ano até o mês de setembro alcançou os 10%, recorde para a série, que já vinha de recorde em agosto - quando somou 9,1%. No ano anterior, no mesmo mês, contabilizava-se inflação de 3%. O acumulado no ano ficou em valor ainda superior, igual a 10,1% (INFOMONEY, 2022b)

Nova elevação dos juros na Europa e Estados Unidos

O BCE (Banco Central Europeu) em nova tentativa de atacar a inflação recorde na Europa, ataca pela frente mais usada e conhecida em territórios tupiniquins pelo BACEN: elevando mais uma vez sua taxa de juros básica da economia em 0,75 p.p. O banco ainda elevou as taxas de refinanciamento para 1,25%. Com as novas tratativas, analistas projetam uma taxa anual de juros em 9,1%. O BCE já fez promessas de novas elevações se a inflação não se comportar (MONEY TIMES, 2022; INFOMONEY, 2022c).

O FED (Federal Reserve) nos Estados Unidos, por sua vez, acompanha as tentativas de conter sua inflação doméstica, elevando pela quinta vez seguida sua taxa básica. Neste mês de setembro o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) aumentou em mais 0,75 p.p. sua taxa básica. Para piorar a situação, o comitê já estima novas altas até o fim do ano, podendo a chegar a juros de 4% no acumulado (SUNO, 2022).

Euro ainda abaixo da paridade

Em setembro o Euro manteve o contínuo de seu valor abaixo da paridade com o Dólar, batendo novo recorde dos últimos 20 anos (superando agosto), ao atingir US$0,97 durante o mês. Com os novos aumentos da taxa básica de juros norte-americana pelo FED, analistas apontam o euro abaixo da paridade até início de 2023, no mínimo (SEU DINHEIRO, 2022; DINHEIRO VIVO, 2022).

Exportação de carne bovina e de frango continuam crescendo

Finalizado o terceiro trimestre do ano, há grande animação dos produtores de carne bovina e de frango. Motivo? O contínuo aumento das exportações desta commodities, levando a expectativas de quebras de recordes nas exportações, superando o ano de 2021. Entre janeiro a setembro, o país exportou 1,39 milhão de toneladas de carne bovina e 3,36 milhões de toneladas de carne de frango (CANAL RURAL, 2022). Segundo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília (DF), as exportações de frango devem finalizar 2022 com cerca de 4,7 milhões de toneladas em exportações. No mesmo relatório destacaram ainda a reversão de expectativas de perdas de exportações para a China de carne bovina em 3% para aumento em 1% (INFOMONEY, 2022a; AVISITE, 2022).

Financiamentos de veículos em alta

Setembro foi o mês de maior média de financiamentos de veículos (leves, motos e pesados) por dia útil do ano de 2022, registrando 22,4 mil veículos diários. Já no comparativo com setembro de 2021, houve retração de 5,9% (B3, 2022). Apesar da maior média do ano em setembro, as fortes altas dos preços dos carros zeros com as correções inflacionárias têm impossibilitado um volume maior de vendas do setor.

Recuperação do turismo e expectativas para 2023

Em setembro foi divulgado o Relatório Sebrae em parceria com a FGV, no qual apontam a recuperação do setor de turismo, fortemente prejudicada nos últimos dois anos pela pandemia da Covid-19. Motivos: demanda reprimida da pandemia e priorização de viagens nacionais em decorrência da alta do dólar e da guerra na Ucrânia. As expectativas é que no segundo semestre de 2023, se nada piorar nas condições sanitárias e nos conflitos mundiais, o setor de turismo supere o período pré-pandemia (AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS, 2022).

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Ainda durante este mês de outubro e em novembro, faremos novas atualizações das notícias relacionadas à economia e às finanças vinculadas ao mês de SETEMBRO, conforme novas publicações são divulgadas pelos institutos de pesquisas, consultorias, associações e nos noticiários financeiros. Acompanhe.