12 Apr
12Apr

Por Daniel Christian Henrique

1° Trimestre da renda fixa: "tá dominado!"

A ANBIMA divulgou que a arrecadação do mercado de capitais foi muito boa no primeiro trimestre do ano: R$ 130,9 bilhões, superando em 91% o mesmo trimestre de 2023. Mas... A renda fixa cantou "tá tudo dominado!", ao alcançar arrecadação de de R$ 114,1 bilhões contra meros R$ 3,8 bilhões da renda variável. O restante contabiliza ativos híbridos (UOL Economia).

Ibov na baixa, juro gringo na alta

Com a baixa arrecadação da renda variável, já se deduz um desempenho ruim do Ibov: contabilizou perda de 0,71%. Um dos principais responsáveis foi o adiamento do FED, mais uma vez em março, dos cortes na sua taxa básica de juros. Com isso,  os gringos continuaram fugindo da B3 rumo a renda fixa americana (até mesmo após realizarem os lucros das altas anteriores da B3), gerando um forte fluxo de saída nos últimos meses e um saldo negativo de R$22,9 bilhões no primeiro trimestre. No acumulado desse período, há uma baixa e 4,53% no Ibov (Suno, E-Investidor).

LCI e LCA perdem um pouco de atratividade

E o Conselho Monetário Nacional (CMN) teve coragem e mexeu em uma das aplicações mais buscadas pelos brasileiros: o LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e o LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). Agora o LCA tem um prazo mínimo de investimento de 9 meses (antes eram 3 meses), enquanto que o LCI fica ainda mais pesado - seu prazo passou de 3 meses para 12 meses (Inteligência Financeira). O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) também não escaparam, sofrendo alterações nas tipologias que podem atuar como seus lastros (Inteligência Financeira (a), InfoMoney(a))

Debêntures incentivadas disparam

E as alterações nas CRIs e CRAs trouxeram impactos imediatos: as emissões desses títulos evaporaram, catapultando a demanda por debêntures incentivadas (Inteligência Financeira (b))

Segue o fluxo: nova baixa da Selic

As promessas do Copom estão se concretizando novamente: na reunião deste mês de março houve novo corte em 0,5 p.p. em decisão unânime do colegiado, reduzindo o patamar da taxa Selic para 10,75%. Em tempo: há sinalizações de seus membros que a partir de junho o ritmo das reduções diminuam (Exame).

Arrecadação federal no recorde do mês

Em março foi divulgado a arrecadação federal de fevereiro, e um dado inesperado: foi o valor recorde de sua série histórica para o respectivo período do ano ao atingir R$ 186,5 bilhões. O aumento real foi de 12,3%, movido principalmente pelos ganhos nas contribuições previdenciárias, taxação de combustíveis e pela tributação dos novos fundos exclusivos (Forbes).

Inflação controlada mas alimentos ainda disparando

A alta do IPCA em março foi bem leve, apenas 0,16%. Todavia, como nos meses anteriores, o segmento dos alimentos foi o destaque de alta do índice, com alta se 0,53% (Agência IBGE Notícias).

Referências: Agência IBGE Notícias, E-Investidor, Exame, Forbes, Inteligência Financeira(a), Inteligência Financeira (b), InfoMoney(a), UOL Economia, Suno


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