31 Aug
31Aug

Por Daniel Christian Henrique

Agora é oficial: I.R. com maior faixa de isenção

No final de agosto saiu a medida provisória aprovada e sancionada ampliando a faixa de isenção do IR. Então agora é oficial: quem recebe até R$ 2.112,00 estará isento de pagamento do I.R. A tabela completa ficou com as seguintes taxações por faixa de renda (E-Investidor (a)) :

Base de Cálculo (R$)AlíquotaParcela a Deduzir do IR (R$)
Até 2.112,00isentoisento
De 2.112,01 até 2.826,657,50%158,4
De 2.826,66 até 3.751,0515%370,4
De 3.751,06 até 4.664,6822,50%651,73
Acima de 4.664,6827,50%884,96

Ibov pareceu uma montanha russa

Em julho o Ibov atingiu sua máxima dos últimos dois anos, chegando próximo as 123.000 pontos no final do mês. Contabilizando os últimos quatro meses, foi uma alta de quase 20%. Mas veio agosto e começou a queda, e foi pra valer, alcançou 13 pregões seguidos de baixa, batendo um recorde de longa data: a maior baixa seguida desde a década de 80. (Money Times, Terra (a), Terra (b), Seu dinheiro).

Salário Mínimo acima da inflação

A mesma MP referente ao reajuste do I.R. também aprovou o reajuste com valorização real do salário mínimo, calculado agora com uso do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) somado a variação positiva do PIB dos últimos dois anos. O intento principal é não deixar o salário base da população ser corroído pela inflação e, se possível, aumentá-lo frente a um eventual crescimento do PIB (Estado de Minas).

Gasolina subiu, etanol cai: sobrou para a calculadora

Com a reoneração prevista para julho sobre os combustíveis, houve aumento da gasolina em 3,25% no mês de julho. Ingressando em agosto, somou-se um reajuste de 16,3% no preço da gasolina repassado as refinarias, fechando o mês na média de R$5,82 - equivalente a aumento de 2% em relação a julho. Já o etanol, findou agosto em queda de 4% em relação ao mês anterior, em R$3,76. Portanto, só calculando para saber onde valeu mais a pena trocar gasolina pelo etanol, ficando mais vantajoso nos estados de Paraná, Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal (UOL, BOL)

Enfim, Selic reduziu 0,5 p.p.

Após uma imensa pressão política e até do mercado, na reunião do começo de agosto o Copom reduziu a taxa básica de juros da economia para 13,25%, ou seja, 0,5 p.p. a menos. Consideraram que houve uma melhora no quadro de inflação do país, principalmente advindos dos impactos defasados da políticas monetárias (BCB, E-Investidor).

Com o otimismo que se instalou, começou-se a projetar uma nova onde de redução da Selic (quanto otimismo, não?!) até o fim do ano e consequentes projeções de cenários mais otimistas às aplicações na renda variável, migrando da fixa (BCB, E-Investidor).

Taxa alta, exorbitante ou sem noção?

Todos sabem: usar o rotativo do cartão de crédito e não pagar por um pequeno tempo, já é suficiente para perder o controle de suas finanças. É a taxa mais alta do mercado. E somente em julho, teve uma alta de 8,7 pontos, saindo do "modesto" 437% ao ano para 445,7% (Correio do Brasil).

Enquanto isto, na taxa de crédito livre...

Essa caiu: 0,3 pontos percentuais, saindo de 44,6% para 44,3% ao ano em julho. Mas continua alta. A queda seguiu a trilha da redução da taxa selic. Mas adivinha? A taxa de captação dos bancos (a que eles pagam para quem vai aplicar seu dinheiro lá) também caiu, atingindo 11,3% a.a. em julho (Gazeta de S. Paulo) - amparada na própria redução da Selic. Portanto, spread bancário (lucro dos bancos) na mesma manda lembranças!

IGP-M mantém o ritmo: segue deflação

A baixa do índice IGP-M já vinha em um agregado, e manteve o ritmo em julho, recuando -0,72%, assim como agosto, com -0,14%. Apesar da retração que a baixa obteve, foi suficiente para renovar o recorde da deflação de sua série histórica (FGV, Forbes). 

Desemprego mantém o ritmo: segue queda

Em fim de julho foi divulgado pela PNAD Contínua do IBGE a taxa de desemprego do segundo trimestre: fechou em 8% no período, a menor desde agosto de 2014 e regresso de 0,8% em relação ao primeiro trimestre. Desta forma, o país contabilizou em fins do segundo trimestre 8,6 milhões de desempregados = 1,4 milhão a menos em relação ao ano passado e 785 mil a menos em comparação ao primeiro trimestre. Cabe a ressalva: o crescimento da empregabilidade ocorreu nos segmentos sem carteira assinada  (B3, UOL). A PNAD referente ao mês de agosto ainda não foi divulgada.

Brasil surfando nos ratings

Em junho a S&P já havia melhorado sua perspectiva do rating do Brasil de estável para positiva. Em julho foi a vez do rating da Ficht, passando a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, indicando maior estabilidade. O principal argumento foi o equilíbrio que o país conseguiu obter na sua economia mesmo com toda turbulência externa, decorrido de sua diversificação e porte, assim como ao avanço de ajustes fiscais não esperados anteriormente e de reformas que vinham rolando há décadas (Exame, GPFA). Veio agosto e outra novidade: Fitch eleva os ratings de 12 bancos públicos e privados do Brasil (Infomoney).

Xô pandemia: turismo em alta

Dois anos "mofando" dentro de casa durante a pandemia estimulou a população a viajar após o fim da crise sanitária global. A CNC divulgou em fim de julho o resultado do crescimento do setor de turismo em maio: receita de R$ 36,1 bilhões, com alta de 8,6% em comparação a abril. Esse foi o faturamento de maior montante para o mês de maio desde 2014 (Agência Brasil).

Desenrola não se enrolou e pegou

Segundo a última atualização de agosto da Febraban, o programa do governo federal Desenrola Brasil já renegociou através da rede bancária aproximadamente 1,5 milhão de contratos, alcançando R$ 9,5 bilhões em renegociações só na Faixa 2. A população total atingida já soma 1,1 milhão de pessoas (Diário do Nordeste).

Exportações e Balança Comercial: vai mais um recorde aí?

E agora não é um recorde comparativo a outros períodos não, é o maior de toda a série histórica. Julho finalizou com um superávit de US$ 9,035 bilhões, o melhor valor já registrado para o mês. Por tabela, o acumulado nos sete primeiros meses também extermina seu recorde anterior, contabilizando US$ 54,1 bilhões - o maior desde 1989 (Agência Brasil (b)).

E as exportações foram fundamentais, claro. Apesar de ser registrada uma queda geral nos preços dos produtos exportados em julho, as exportações do agronegócio foram elevadas, chegando também ao seu recorde para julho (US$ 14,43 bilhões). Destaque para os complexos da soja, carnes de frango e suína, celulose (Forber (b)).

Automóveis emplacaram em julho

Literalmente. Em julho a venda de automóveis continuaram em alta mesmo depois do incentivo fiscal. Isso era esperado devido as vendas por antecipação. Foram emplacados em julho 225,6 mil veículos, equivalente a 19% acima do mês de junho (Bahia Econômica).

Referências: Agência Brasil (a), Agência Brasil (b), Bahia Econômica, B3, BCBBOL, Correio do Brasil, Diário do Nordeste, E-Investidor (a), E-Investidor (b), Exame, Estado de Minas, FGV, Forbes (a), Forbes (b), GPFA, Gazeta de S.Paulo, Infomoney, Money Times, Terra (a), Terra (b), Seu Dinheiro, UOL(a)UOL(b).

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